Conhecida popularmente como “Sarna de ouvido”, a Sarna Otodécica é uma moléstia causada por um ácaro chamado Otodectes cynoti.
A transmissão desse parasita ocorre principalmente por contato direto do animal infectado com o animal sadio. Além de ser considerada uma enfermidade altamente contagiosa, o ácaro que dissemina a doença, tem um ciclo de vida bastante rápido. Para se ter uma idéia, apenas quatro horas em média depois que os ovos foram postos no ouvido dos cães, eles eclodem. É muito importante que se tome bastante cuidado com os animais sadios que convivem com o animal infectado, principalmente cães e gatos, pois eles podem ser rapidamente parasitados.
A sarna de ouvido, na maioria das vezes, é confundida com a otite (inflamação do ouvido). Esse erro no diagnóstico se dá devido à semelhança dos sinais clínicos apresentados pelo animal acometido. Geralmente, isso ocorre com tutores que consultam seus cães com balconistas ou tosadores de petshops. Assim como qualquer doença, a sarna otodécica quando se encontra na fase inicial, apresenta quase nenhum sintoma, passando facilmente despercebido pelo tutor.
Um dos primeiros sinais clínicos que um animal parasitado com o ácaro Otodectes cynoti é a coceira excessiva. Isso é encontrado basicamente em toda sarna, no entanto, nesse caso, se localiza unicamente na região da orelha. Animais que possuem orelhas pendulares (orelhas caídas) tendem a sofrer mais com essa condição, pois acabam traumatizando a orelha, acarretando assim um Otohematoma. E nesse caso, só a intervenção cirúrgica fará a correção. Juntamente com a coceira, normalmente o pet apresenta o sintoma de balançar a cabeça de um lado para o outro. É nesse sintoma que muitas pessoas confundem com a otite.Além da coceira e do balançar de cabeça, os cães podem apresentar um sinal clínico bem característico que é a alta concentração de cera no ouvido de coloração marrom escura.
Animais que estão bastante parasitados, podem apresentar também: Inquietude; Emagrecimento; Otite; inapetência entre outros sinais.
O diagnóstico deve ser feito unicamente por um médico veterinário devidamente registrado no CRMV. O histórico do animal, juntamente com o exame clínico minucioso, são bastante importantes para um bom diagnóstico. É importante que o profissional recolha amostras da cera do ouvido do pet para exame laboratorial. Isso ajuda para o diagnóstico ser rápido e preciso.
O tratamento consiste em uma terapia medicamentosa específica escolhida pelo profissional médico veterinário. O prognóstico é muito bom, por isso é importante que o tutor siga a risca o protocolo medicamentoso.
A prevenção consiste em levar todos os cães que convivem com o parasitado para uma consulta. É importante também que o tutor examine a orelha do pet constantemente, a fim de encontrar alguma anormalidade.
Por: George Augusto von Schmalz Portella de Macedo
Ocupação: Acadêmico de Medicina Veterinária
Contato: george_medvet@hotmail.com