Os pelos do SHIH TZU estavam tão embaraçados que a cachorra não podia enxergar. Mas a transformação estava a caminho.
Magnólia é uma cadela shih tzu, que chegou à Lancaster SPCA (Society for The Prevention of Cruelty to Animals de Lancaster, Pensilvânia, EUA) em péssimo estado.
Não são conhecidos os abusos e a negligência que ela teve de suportar, mas ela nem sequer conseguia enxergar, e caminhava com dificuldade.
Quem tem um shih tzu sabe a importância das tosas frequentes – a cada dois meses, preferencialmente com manutenções quinzenais.
A pelagem dos cães desta raça é fina, volumosa e comprida, o que facilita a formação de nós. Além disso, os pelos crescem muito rápido, facilitando o acúmulo de sujeira e até mesmo dificultando a locomoção dos pets: os fios se enroscam nos dedos e prejudicam as caminhadas.A cadelinha, no entanto, não recebia cuidados higiênicos e estéticos havia muito tempo. Além disso, Magnólia estava desnutrida, muito abaixo do peso – o que, para cães de pequeno porte, pode levar à morte em pouco tempo.
A transformação
O serviço de resgate que encontrou Magnólia entregou a cadela aos cuidados da Lancaster SPCA, para que ela pudesse receber os cuidados adequados.
A presidente da entidade, Diana Knight, decidiu tratar pessoalmente da shih tzu – e realmente se empenhou em uma bela transformação.
Magnólia já é uma senhora idosa. Os funcionários da SPCA estimam que ela tinha entre nove e dez anos de idade quando foi admitida na entidade. A aparência denunciava que ela foi negligenciada por um longo período.
Uma descrição do estado de Magnólia pode dar a entender os abusos e maus tratos. Os funcionários disseram que a shih tzu “estava presa dentro do próprio pelo”.
Os pelos, que não viram uma escova por muito tempo, estavam tão emaranhados que os nós chegavam a repuxar a pele.
Além do aspecto estético – efetivamente, Magnólia estava muito feia – as condições em que a cachorrinha se encontrava provocavam incômodos e dores.
Para completar o quadro, a pelagem rescendia a urina: a shih tzu tinha cheiro de amoníaco misturado com poeira.
A cachorra não conseguia enxergar nem se locomover livremente. A cada passo, ela tropeçava nos nós dos pelos desgrenhados. Magnólia tinha inclusive dificuldade para se alimentar, por causa dos longos bigodes.
A shih tzu, naturalmente, era extremamente tímida, evitava contato com os funcionários da Lancaster SPCA e até dos outros cachorros da entidade.
Ela preferia ficar sozinha e quieta, quase imóvel. Magnólia estava traumatizada e demonstrava sinais evidentes de ansiedade.
Diana equipou-se com máquinas, tesouras, sopradores, secadores e todo o “arsenal” necessário e deu início à tosa.
Pouco a pouco, à medida que os tufos de pelos emaranhados caíam (e cobriam o chão), foi surgindo uma nova cachorra.
Levou algum tempo, mas, ao final da “operação de guerra”, os funcionários descobriram que Magnólia não era marrom: ela tem a pelagem quase inteiramente preta.
E, apesar da idade avançada, a transformação revelou um animal alegre e muito ágil.
Magnólia mostrou-se extremamente feliz por finalmente poder se movimentar livremente – não é possível avaliar por quanto tempo ela ficou presa ao emaranhado de fios e de muita sujeira. A shih tzu, que mal se movia, revelou-se agitada, brincalhona e muito amorosa.
Provavelmente, Magnólia sempre quis ser abraçada e paparicada por tutores afetuosos, mas a negligência mostra que a antiga família não dava a menor atenção para isso. Com o tempo e o crescimento dos fios, ninguém se sentia impelido a acariciá-la.
Diana Knight ainda é a responsável pela cadelinha. Em entrevista ao The Dodo, site especializado em história de animais de estimação, a presidente da SPCA Lancaster disse que, “depois de viver tanto tempo na sujeira e no abandono, ela está gostando imensamente dos brinquedos, passeios de carro e caminhadas.
Os funcionários da entidade afirmam que Magnólia chegou em um estado de maus tratos e abandono dificilmente verificado em outros cachorros. Diana afirmou que a shih tzu “é uma das piores que já aceitamos”.
A cachorrinha foi finalmente disponibilizada para adoção. Ela recuperou a saúde e a beleza natural, brinca com todos e é muito mimada na SPCA Lancaster.
Magnólia inclusive perdeu o medo dos cães de maior porte com quem teve de dividir o espaço. Há um ano, ela finalmente encontrou uma nova família – desta vez, para sempre.
Redação Cães Online